A gestão de resíduos nas empresas engloba uma série de ações que visam a correta destinação de materiais. Essa prática precisa ser feita conforme as regras definidas por leis específicas.
Sabia que cada brasileiro descarta em média 1 kg de resíduos por dia? São cerca de 79 milhões de toneladas de lixo urbano, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos, levantados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e divulgados pela Agência Brasil. Boa parte desse descarte é gerado pelas empresas e compete aos seus responsáveis definir uma gestão de resíduos que direcione cada material para o destino correto.
Apesar dessa necessidade, ainda carece nas empresas uma política clara sobre o que fazer com o lixo gerado. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre o grande papel ambiental, social e financeiro que essa gestão desempenha nas empresas e de que maneira as práticas é possível definir essa estratégia. Vamos lá?
Qual a importância da gestão de resíduos?
Todo processo produtivo gera resíduos, seja em uma fábrica, seja em um escritório. Além disso, todos os ativos físicos têm um ciclo de vida finito, ou seja, um dia serão descartados. Ocorre que cada tipo de material precisa ser destinado de uma forma específica, visto que alguns deles, se lançados em locais impróprios, geram danos ambientais e à saúde pública.
Por esse motivo, o Poder Público definiu responsabilidades na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), delegando às empresas a obrigação de criar e gerenciar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos. No texto da lei, esse gerenciamento é um:
“conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.
Além de se adequar à lei, evitando multas, a gestão de resíduos também propõe medidas para evitar desperdícios, reduzindo os custos e, com isso, aumentando a lucratividade da empresa. Também temos que considerar que esse tipo de postura fortalece a imagem da empresa aos olhos do público.
Como fazer o descarte consciente de materiais?
Existem atividades que geram tipos de resíduos cujo descarte é normatizado por regras específicas, como ocorre com lixo hospitalar e embalagens contaminadas com químicos. Por outro lado, a maior parte das empresas lidam com descarte de itens comuns. Isso não quer dizer, porém, que não é preciso tomar certos cuidados.
Quando a empresa gera resíduos contaminantes, o ideal é contratar uma empresa especializada na coleta e no descarte desse tipo de material. Caso esse não seja o seu caso, a empresa pode observar as regras definidas pelo município. Além disso, cooperativas de reciclagem podem ser acionadas, pois elas também fazem a coleta e triagem de materiais.
É também comum que as empresas precisem descartar lixo eletrônico, como computadores antigos, cartuchos de toner e impressoras. Esse é um assunto muito sério. Só para ter uma ideia, somente em 2019, os brasileiros descartaram cerca de 2,1 milhões de toneladas de lixo eletrônico, ou seja, 10,2 kg por pessoa. O problema é que esses materiais contêm chumbo, que é tóxico para nossa saúde.
Não é obrigação das prefeitura fazer a coleta desse tipo de material. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, compete às empresas coletar e reciclar esse lixo. Por isso, é necessário entrar em contato com os fornecedores para se informar sobre pontos de coleta ou programas de logística reversa para o envio do material.
Também temos o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 424/2010, que define critérios para o descarte de pilhas e baterias, determinando que “os estabelecimentos que comercializam [pilhas e baterias], bem como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores desses produtos, deverão receber dos usuários as pilhas e baterias usadas”.
A correta gestão de resíduos é mais do que o cumprimento de normas legais. Envolve também uma mudança de cultura dentro da empresa, que gera benefícios reais dentro e fora do negócio.
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